segunda-feira, 31 de março de 2008
Audácia é a palavra.
PC do B vai com tudo para a disputa municipal em Rio Branco
*Por João Roberto Braña Bezerra
O auditório da secretaria de Educação ficou cheio de comunistas de Rio Branco na manhã de sábado, 29.
Antes dos debates, um vídeo com a história da agremiação política mais antiga do Brasil foi mostrado aos presentes. No dia 25, o PCdoB comemorou 86 anos de vida política.
A tônica comunista no momento, em nível nacional, é de pedir ‘audácia’ ao governo Lula para que ‘aprofunde as mudanças’ com vistas a superar os obstáculos para que o país possa crescer a índices mais convincentes.
No plano eleitoral, a prioridade do partido é a eleição municipal deste ano e a meta é ousada: derrotar especialmente o DEM [ex-PFL] e o PSDB, principais adversários do governo Lula.
Em Rio Branco, os comunistas vão com tudo para a disputa este ano. Em balanço feito para os militantes, o presidente do partido, deputado Edvaldo Magalhães, afirmou que a eleição municipal de 2008 ‘não é apenas mais uma eleição’, mas um pleito que vai decidir se a Frente Popular continua dirigindo a capital ou se as forças políticas conservadoras retomam a prefeitura.
-Somos construtores da FP e já duram 18 anos esta aliança. É verdade que a Frente alargou, mas o núcleo principal se manteve com o PT e o PC do B.
O Partido Comunista do Brasil, nas eleições municipais passadas, passou de mero figurante à segunda posição em vereadores eleitos. O partido conseguiu eleger 22 vereadores em todo o Estado, enquanto o PT, o primeiro colocado, elegeu 56.
Edvaldo Magalhães afirma que o PC do B precisa avançar. Para os vermelhos, a prioridade é ‘ocupar espaços ainda não preenchidos. Um desafio, no entanto, se coloca à frente da direção municipal este ano: a manutenção da bancada de três vereadores na câmara de Rio Branco.
Esse é o desafio, mas isso não significa que não teremos outros candidatos à câmara da capital. Temos de fazer as contas direito. Quem não faz as contas certas em política pode estar dando os primeiros passos rumo à ‘balsa.’
Experiência administrativa: ‘quase inexistente’
Um dos problemas constatados pela direção do PC do B é a sua inexpressiva experiência administrativa no executivo dos municípios acreanos. O partido tem hoje os vices-prefeito de Rio Branco, Santa Rosa, Porto Walter, e Plácido.
“Temos 12 cidades onde podemos ocupar esses espaços de vices”, disse Edvaldo.
As principais fichas dos comunistas nesta batalha começam a se dirigir para a cidade de Tarauacá, onde o militante Chagas Batista, provavelmente, será o candidato do partido a prefeito. Edvaldo Magalhães disse que uma aliança com o ex-prefeito Jasone, do PT, está em curso e bem adiantada. A outra possibilidade real está em Mâncio Lima, aonde o professor e carismático Ériton Maia vem ganhando adesões num cenário que prevê disputa renhida com as outras forças locais.
Rio Branco é prioridade
A avaliação dos comunistas para a disputa na capital é pragmática e sem rodeios. Na plenária ocorrida no sábado, o deputado Edvaldo Magalhães declarou, com todas as letras, que a vitória em Rio Branco ‘não é qualquer vitória’.
Para ele, Rio Branco, que detém a metade da população e do eleitorado, é a menina dos olhos nessa disputa. Por um simples motivo:
“A vitória na capital turbina qualquer força política ou partido. Em 2002 a FP venceu em vários municípios, mas perdeu na capital, em Cruzeiro, e Sena, os três principais colégios eleitorais, e o que pareceu foi que perdemos as eleições. Aqui na capital a vitória é fundamental”, ressaltou.
O vice continua
Eduardo Farias será novamente o candidato a vice na chapa da Frente Popular, ao lado do candidato Angelim. Mas, para o PC do B, essa conquista não é de graça, nem dada de mão beijada na aliança. Outros partidos da FP, se pudessem, indicariam o vice de Angelim. Para Edvaldo, a presença de Eduardo na chapa é mais do que apenas uma indicação.
“A presença de Eduardo Farias é estratégica para o PC do B e para a Frente Popular. Dudu, apelido carinhoso de Eduardo Farias, é a garantia de que esta aliança que mudou Rio Branco e o Acre não se entregue a encantos conservadores e de direita”.
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